terça-feira, 27 de abril de 2010

SANGUE NO ZÓIO

Meninos, obrigada pelo convite! Segue minha história favorita de "engolição" de sapos.

Outubro de 2007:

6:00h - A porra do despertador tocou. A primeira coisa q eu penso é: putz, hoje vou dormir tarde porque tem aula na faculdade.

6:30 - Saio de casa, em São Bernardo, com meu carrinho véio, rumo ao meu estágio na Marginal Pinheiros, ao lado do shopping Eldorado. A Anchieta tá uma m****, a Bandeirantes uma b**** e a Marginal um c* mal lavado. Demoro duas horas e meia, mas chego a tempo, porque entro às 9h. Estaciono numa rua próxima ao trabalho, pq como estagiária não tenho direito a vaga no estacionamento. Vida de pobre é foda. No estágio, trabalho muito, mas gosto da equipe, da chefe.. saio de lá e vou pra faculdade, de onde saio às 11h. Não falei q eu ia dormir tarde?

Dois meses depois...

6:00h - A porra do despertador tocou. A primeira coisa q eu penso é: putz, hoje vou dormir tarde porque tem aula na faculdade. E como se não bastasse, vou passar nervoso antes mesmo do trabalho começar..

6:30 - Saio de casa, em São Bernardo, com meu carrinho véio, rumo ao meu estágio na Marginal Pinheiros, ao lado do shopping Eldorado. A Anchieta tá uma m***, a Bandeirantes uma b**** e a Marginal um c* mal lavado. Demoro duas horas e meia, mas chego a tempo, porque entro às 9h. (chego a tempo na rua do trabalho, mas...) Dou milhares de voltas nas ruas próximas ao prédio. Acho que tô gastando mais gasolina nisso do que gastei pra vir de São Bernardo. Não tem uma vaga sequer. O banco filho da puta encerrou o convênio com o shopping eldorado e a maioria dos funcionários não quer estacionar no lugar onde o banco sugeriu e pegar a van de graça. Preferem parar nas ruas próximas (onde só os estagiários POBRES como eu estacionavam).

Em uma semana forma-se uma gangue de flanelinhas vagabundos que passa a colocar cones e caixas de madeira nas vagas, pedir pro povo deixar o freio de mão abaixado (pra arrumar os carros de um jeito q os não-cliente s n ão consigam parar), e também cobrar 15 reais por dia. Fazem o favor de te avisar que estão sendo legais com vc não riscando sua porta ou furando seu pneu - se vc pagá-los, claro. Mas eu não tinha como.. e a solução foi parar o carro na puta que pariu e andar quilômetros. Uma vez vi uma vaguinha vazia e fui parar, mas veio um flanelinha completamente drogado e disse que se eu não saísse ele ia me quebrar inteira e o meu carro idem, pq a vaga era da cliente dele! Achei melhor não arriscar.. Vida de pobre é foda. Na caminhada entre a puta que pariu onde estacionei meu carro e o prédio, vejo um estagiário do departamento ao lado saindo de seu Ford Ecosport zerinho, cumprimentando efusivamente o flanelinha filho da puta e deixando a chave do carro com ele. Fico confusa: não sei se odeio mais o flanelinha ou o filho da putinha que financia esse tipo de extorsão. No estágio, trabalho muito mais do que deveria, depois de dois meses já estão me fazendo de escrava.. saio de lá e vou pra faculdade, de onde saio às 11h. Não falei q eu ia dormir tarde? Amanhã tenho que acordar meia hora mais cedo pra conseguir chegar às 9 por causa dos flanelinhas cujas mães estão na zona!

Se vc também tem vontade de matar os flanelinhas, esses vagabundos que praticam extorsão sem um mínimo de vergonha na cara na porta de faculdades, estádios, teatros, igrejas e cemitérios, deixe um comentário! É o tal dilema do prisioneiro: se ninguém pagasse eles não existiriam - até porque, alguém realmente acha que eles cuidam dos carros? Mas todo mundo paga, então vc escolhe: paga e engole o sapo ou não paga e fica morrendo de medo de acabarem com seu carro ou com vc. Mesmo que a rua seja pública, que vc pague a prestação do carro, a manutenção, a gasolina, o IPVA, o seguro obrigatório, o seguro não obrigatório, os impostos para poder usar a rua.

E se pelo menos eles tivessem uma flanelinha de verdade pra dar uma limpadinha no meu carro que vive sujo.. mas nem isso!!!

Larissa Popp, que não é mais estagiária pobre, mas continua com sangue no zóio quando vê um flanelinha pela frente!

4 comentários:

  1. hausiohaouSHIAUSHIaiushAIOUSHiouhs!!!

    que raiva desse playboyzinho FDP!!! Ecosport do caralho, vc tinha q ter riscado de ponta a ponta.

    obrigado Lá!
    ótimo post!

    bjs

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  2. Eu diria que você conseguiu sintetizar em uma única situação uma sequencia de sapos engolidos Larissa, muito bom!

    Apesar dos incovenientes flanelinhas serem o tema central, perceba como toda essa situação foi gerada a partir de uma merda que é comum por ai: a diferenciação com os estágiarios!

    Ok, as melhores vagas ficarem pra diretoresm gerentes, mais me diz qual o problema dos estágiarios usarem o estacionamento como qualquer funcionário? Ah pq não é funcionário? Mais na hora de ficar trabalhando feito um escravo até mais tarde é né? Ah legal!

    Quanto ao mauricinho otário que tava sendo troxa e sustentando a parada ai, sem comentários né, no minímo devia ser aquele playboy que nem precisava trabalhar ocupando a vaga de tantos outros.

    Muito obrigado pela contribuição com seu case Larissa! Até a próxima!

    Bjo

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  3. Lari, essa história é famosa né?! Vc contava aos montes para nós aqui..
    Bom, faço o caminho inverso do seu, afinal minha faculdade é em São Berlonge e lá o que mais tem, mais que aluno inclusive, são flanelinhas!! E agora com a Cidade da Criança que voltou a funcionar, meu Pai!!!
    Enfim, sabe o que eu faço pra estacionar o carro: Não PAGO o IMBECIL, SEM DENTE do FLANELINHA! Sabe pq? Pq se vier um amigo desdentado dele roubar meu carro, por mais que eu seja amiga dele e pague o bendito, ele não vai dar a VIDA dele pelo meu carrinho...então, VAI TOMAR NO COPO né?
    É isso aí, to arriscando a vida com ele, mas sigo o lema de que se todo mundo não pagasse, não teriamos esse tipo de pessoa!!! neam??

    Abs!

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  4. É uma merda mesmo!!
    Até aqui em Dourados, onde raramente não encontramos uma vaga para estacionar, temos que pagar parquímetro ou flanelinha pra poder deixar o carro... pode???

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